Terapia não é meta!
Metas definidas enrijecem o processo terapêutico. E por isso, qualquer prática que ofereça uma promessa como terapia, é qualquer coisa, menos terapia. E mais, qualquer proposta de encontrar a felicidade ou o sucesso como meta última da terapia é um barco pouco robusto, de tábuas chinfrim, prestes a afundar na primeira tempestade.
É de tão pouco preparo que corremos o risco de afogar no nosso próprio raso. Por isso lamento os crescentes perfis de ‘autoconhecimento’ que só têm dancinhas, mensagens positivas e motivadoras e/ou metas definidas que apenas servem para fortalecer o ego alienado, em uma eterna fuga do próprio sofrimento.
Entramos em processo terapêutico para aprender, necessariamente, a estar do lado do nosso sofrimento, e não para evitá-lo.
E por isso lembro Byung-Chul Han em Sociedade do Cansaço, ao dizer que a paisagem patológica do séc XXI é provocada “não pela negatividade, mas pelo excesso de positividade”.
Cabe leveza na terapia, mas a terapia não cabe só na leveza, ou se torna leviandade.
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