Psicologizar
Psicologizar não é encontrar a forma correta de ver, mas uma outra forma, menos literalizada, e por isso, não pode ter a pretensão de ser mais central ou verdadeira. Psicologizar não resolve, mas sim revela as ambiguidades, sem a pretensão de eleger a mais válida entre elas.
Assim, o psicologizar não apenas evidencia, mas necessita das pluralidades e se interrompe ou torna-se escasso a medida em que busca substituir velhas unilateridades ou dogmas por novos. Por detrás da ânsia de encontrar e dar respostas categóricas, disfarçam-se ‘gurus e adeptos’ travestidos na pele de terapeutas. Não estamos nenhum de nós a salvo dessa tendência de se enrijecer em uma forma de ver, literal e unilateral, ao invés de se dissolver no movimento de ver de várias formas.
A busca por uma única verdade superior às demais criou várias emboscadas ao longo da história da humanidade, muitas delas sangrentas. Tal pressuposto não poderia ser menos nocivo e violento tratando-se do psicologizar e da terapia.
Psicologizar está mais para o ato de revelar amplitudes e profundidades do que para estabelecer perguntas e respostas fechadas.
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